Falo de desejos e escrevo sonhos em papéis que a chuva leva para depois redesenhá-los com novas cores. Gosto de fugir às vezes e me esconder, para depois aparecer com o melhor sorriso no rosto e os braços convidando para um colo.
Falo o tempo inteiro, mas é no meu silêncio que as decisões são tomadas e que a ordem das prioridades se modifica.
Não sei insistir no erro, não me apego a coisas pequenas e faço as pazes com a mesma facilidade com que mudo de roupa ao me arrumar para o trabalho. Mas se, um dia, vier a apagar um número da minha agenda, será definitivo.
Gosto de brincar de viver, faço piada das coisas e sei superar situações difíceis com a mesma tranquilidade com que acordo. Apesar de algumas lembranças me arrancarem lágrimas algumas vezes.
Minha mente pertence à noite, ao silêncio, ao segredo.
Não aprendi a mentir com os olhos ainda, mas tenho presenciado mestres nesta arte.
Meu riso é solto, meus passos nem sempre tem direção pré determinada e travo batalhas incomensuráveis com meu cabelo que todos acham a "cara da Branca de Neve" (quando na verdade, ter a cintura dela já me faria bastante feliz).
Mas gosto dos cachos que eles desenham quando estão molhados.
No fundo, gosto de tudo em mim.
Do jeito atrevido de encarar a vida, da inocência em crer nas pessoas, porque as pessoas são todas incríveis, com suas histórias, defeitos e qualidades.
Gosto das pessoas que meus amigos são e do quanto me transformam quando estou com eles.
Gosto de saber que existem muitos colos para mim, mesmo eu querendo apenas um que não posso mais ter.
Gosto dos meus ataques, do jeito mimado batendo pezinho que dá importância às coisas mais simples.
Eu sou assim, gosto de mim.
De tudo que tenho, de quem eu tenho. Do amor que me move e me levará até o fim.
Simples assim.
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