É mais fácil ser igual. É simples. Mas quando se decide seguir o coração, ainda que o caminho apresente obstáculos, tudo passa a fazer sentido!

sábado, 29 de outubro de 2011

Sobre o silêncio...

Existe um momento em que ficamos em silêncio, tentando calar as lembranças e esquecer as feridas. 
Mas não adianta , não é?
Os sussurros ganham espaço no vento e o que era para ser voz se transforma em lágrima.
Se é necessário chorar para limpar.
Que seja!
Mas que o mundo faça um pouco de barulho para que ninguém ouça os meus soluços.
Quero chorar minha dor na chuva e assim confundir minhas lágrimas com as gotas. Me sentiria menos frágil assim. Ainda que tenha me sentido dessa forma por muito tempo.
Quero que a noite possa acalentar meu sono.
Quero dormir.
E sonhar com a minha mãe.

domingo, 16 de outubro de 2011

Momento de desistir...

Existe um momento em que precisamos desistir de determinadas coisas. Um momento em que a situação se torna insustentável e que não há como "ganhar" mais nada se não retirarmos da nossa vida (mesmo que temporariamente) algumas coisas que atrapalham as mudanças necessárias para nosso desenvolvimento.
Às vezes essas coisas nada mais são que "pessoas" e, independente de possíveis laços sanguíneos,  precisam ser deixadas de lado para nos prepararmos para algo maior.
Particularmente tive esse momento com a minha mãe. Um doloroso momento em que precisamos desistir uma da outra para nos reencontrarmos mais amadurecidas. 
Vale ressaltar que desistir de uma pessoa nada tem a ver com retirá-la da sua vida para sempre, com maltratá-la ou parar de falar com ela e sim com se distanciar estrategicamente para dar espaço à sentimentos mais especiais.
Minha mãe não me aceitava de forma nenhuma, ela possuía planos e padrões específicos nos quais eu não conseguia me enquadrar. Ao invés de conversar com ela e dizer que pensava diferente, eu preferia gritar, brigar, bater a porta...
Demorei a entender que ninguém ouve uma pessoa que grita e isso aconteceu muitas vezes até que desistimos de gritar uma com a outra, de brigar uma com a outra e de acreditar uma na outra.
Quando percebi isso, sofri demais porque eu queria que ela me aceitasse como sou, queria que ela me respeitasse como sou, mas se eu mesma não respeitava o que ela pensava, como poderia exigir essa atitude dela?
Nós somos assim, queremos que as pessoas nos aceitem, nos respeitem, mas vivemos com padrões tão específicos quanto aqueles que nos tentam empurrar goela abaixo.
Anos se passaram desde que desistimos uma da outra. Nesse tempo, trabalhamos duramente para aprender a respeitar as diferenças e dar espaço para um sentimento nobre e verdadeiro.
Quando nós nem acreditávamos que fosse possível uma reaproximação, Deus fez o milagre acontecer e passamos os últimos anos, mais unidos que nunca. Tivemos momentos mágicos juntas, falamos tudo aquilo que era necessário falar e, quando precisei entrar no INCA e ficar com ela, não existia mais mágoa, apenas amor.
Foi o amor que nos fez desistir de brigar, que nos ensinou a respeitar os espaços e os pensamentos que tanto divergiam. Foi o amor que nos fez ir dormir chorando brigadas e nos conduziu até aquele abraço, uma semana antes da sua partida, quando ela me olhou com os olhos brilhando e disse que eu havia sido um lindo presente e que ter tido a oportunidade de conviver comigo e com meu irmão tinha feito dela uma pessoa muito melhor. Foi com o coração repleto de amor que a ouvi dizer que ela se orgulhava da filha repleta de valores que ela havia criado.
A última frase que ouvi da minha mãe foi: Eu te amo. 
Valeu a pena desistir das coisas pequenas, para ganhar a imensidão dos momentos especiais que Deus havia reservado para nós, mas para os quais não estávamos nada preparadas.
Se precisar desistir de alguém, faça.
Trabalhe seu coração, seus sentimentos e seus pensamentos.
O milagre sempre acontece, basta esperar.

sábado, 8 de outubro de 2011

Quando saio de mim...



Quando saio de mim eu sou fogo
Dou asas à imaginação.
Crio regras novas para o jogo,
Sou talento, aventura e emoção.

Quando saio de mim eu carrego
Alegrias, desejos e tormento.
E sonhando às vezes me pego.
Mesmo que dure um curto momento.

Quando saio de mim sou trovão.
Sou moleca, valente, atrevida.


Quando saio de mim, crio vida.
E só ouço o meu coração

Crio cores, paisagens, poemas.
Determino o meu mundo e meus temas.
Nova vida, alegria e ar.

Quando saio de mim agradeço.
Por ter muito mais do que mereço.
E por ter seu colo pra voltar.

domingo, 2 de outubro de 2011

Sobre as voltas do mundo...

Você se acha melhor do que as pessoas e nem faz muita questão de disfarçar isso. Acha que sempre vai ter alguém para defender você, não acredita muito que exista uma lei que carrega o nome de Retorno e continua tratando algumas pessoas como inferior, achando que nunca vai precisar delas até que você percebe que existem três dedos apontados para você, cada vez que aponta um para alguém e que não é tão infalível assim.
Você pode ter conquistado algumas coisas mas não é independente ainda. Nem será.
Ninguém consegue chegar no topo da montanha sozinho e acho que já está na hora de você parar de continuar achando que somente os experts em escalada podem segurar você, caso perca o equilíbrio, porque a ajuda vem de onde menos se espera e muitas vezes, de onde você ignorou por tanto tempo.
Olhe à sua volta e responda com um nome apenas, quem estará ao seu lado quando tudo faltar. Naqueles momentos em que a vida parece um deserto e a única voz que se ouve é a nossa e isso nada tem a ver com a falta de pessoas ao lado e sim com a superficialidade dos relacionamentos que você tem ao seu lado.
O que você construiu de verdade para você?
O que você tem de seu?
Quem é você?
Onde você achou que chegaria?
Compare com o lugar onde se encontra agora.
Pare de gritar, de brigar, de pedir atenção. 
Fique mais em silêncio. Ouça mais seus defeitos e os julgamentos que fez, sua vida toda, sobre as pessoas.
Alguma coisa fez você acreditar que estava no comando.
Mas você não passa de um barco perdido, sem motor e sem remos.
Quem comanda sua vida, não é você. É Deus.  
É ele quem convence outra pessoa a trazer um outro barco. 
Para ajudá-lo a vencer a correnteza.
E, por favor, aprenda.
Que enquanto você se movimenta para atingir uma outra pessoa e acha que já está tudo resolvido.
O mundo se movimenta para dizer à você que somos iguais e que você vai precisar de muitas pessoas ainda.