É mais fácil ser igual. É simples. Mas quando se decide seguir o coração, ainda que o caminho apresente obstáculos, tudo passa a fazer sentido!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011




Deixe a noite ir embora, deixe o Sol se levantar!
Quero ver a luz chegando para a estrada clarear.

Chega de noites de pranto, de medo, de não acreditar.

A fraqueza foi embora.
Estou pronta para recomeçar.

Quero luzes na estrada e poemas nas canções.
Quero cupidos em festa, acertando corações.

Desejos realizados, sorrisos e bons momentos.
Quero dar asas ao vento, aos sonhos e aos pensamentos.

Quero agradecer a vida, a paisagem e as amizades.
A certeza do amor de mãe, mesmo que eu sinta saudades.

Quero lembranças gostosas das cenas da minha infância.
Misturadas com as doçuras que existem em qualquer criança.

Quero mar e alegrias .
Muito som pelo ar.

Com rimas de poesias.
E letras para ritmar.

Já posso renascer, já posso não chorar.
Já sei que a saudade é eterna e a dor não vai passar.

Não posso parar meu caminho.
Tenho muito a realizar.

Quero cumprir a missão até a hora de voltar.

Quero doces, travessuras.
Quero viver as loucuras enquanto puder enxergar.

As cores, a natureza.
Os encantos e a beleza.

Que um dia novo nos dá.

Quero sair desse chão.
Sentir o corpo no ar.

Já posso voltar a ter asas.
Que saudades de voar!

domingo, 20 de novembro de 2011

Sobre os imprevistos...


Essa semana estava assistindo um filme chamado: Falando grego.
Até me pareceu chato no início, mas o filme passa uma mensagem fascinante. Conta a história de uma descendente de gregos, formada em História da arte e que resolve trabalhar como guia turístico na Grécia enquanto aguarda uma proposta de emprego em alguma Universidade dos Estados Unidos.
Como todas as propostas são recusadas, a atual dona da agência de emprego onde trabalha não dá o mínimo valor para ela e coloca os turistas mais problemáticos em seu grupo. E, durante essa viagem, onde tudo inicialmente parece dar errado, ela consegue descobrir o amor e novas formas de fazer o que faz.
O outro guia de turismo da agência tenta boicotar a viagem dela o tempo inteiro e ela ultrapassa esses obstáculos com exímia paciência.
Quantas vezes os imprevistos acontecem conosco?
Se é possível enfrentar o caos num cenário majestoso como o da Grécia com todas as histórias riquíssimas do berço da civilização, imagina sem cenário exuberante e com váááááários "guias" a nos boicotar?
É assim mesmo. 
Um dia a água acaba no meio do banho, chegamos do trabalho cansados e precisamos enfrentar o elevador parado. Um dia a chuva nos pega desprevenidos na rua e molha os nossos sapatos, nossas roupas, aquele trabalho da faculdade ou um documento especial. Um dia a luz pifa no meio do filme. O sinal da internet cai quando começávamos a teclar com aquela pessoa especial, o telefone fica sem serviço, trava, alguém bate no seu carro e a descarga pára de funcionar.
Um dia, alguma coisa dá errado. Em alguns momentos, muuuuito errado e o que importa mesmo é a forma como reagimos à esse problema.
Não vai adiantar gritar, perder a razão e desequilibrar. Nem esbravejar achando que é o fim do mundo porque o fim do mundo trará coisas muito piores.
Ruim mesmo é estar doente, é perder alguém, é dar adeus.
Imprevistos, são apenas um sinal de alerta de que não adianta querer que tudo saia como planejado.
O controle do mundo não fica em nossas mãos.
Mas fica sem bateria às vezes.
Ah, se fica!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sobre o eclipse.



Quando o terreno se tornar incerto. 
Não tenha medo de se machucar.
Não tente parar e nem se lamentar
Porque é fato que você precisa continuar.

Quando um eclipse aparecer.
E o dia noite se tornar.
Não pense em reclamar.
Em se vitimizar.
O mundo não pára para esperar.

Quando a chuva resolver cair.
Não pense em se esconder.
Nem tente, então em fugir.
Em desistir, em se render.

Porque quando você for dormir.
E o silêncio te alcançar.
Deus mandará seu anjo agir.
E um milagre realizar.

Quando você acordar.
O Sol vai ter secado a terra.
Seu coração não estará mais em guerra.
E você conseguirá afirmar.

Que quando você se sentiu sozinho.
E viu um deserto em seu caminho.
Fechou os olhos para não encarar.

Na outra esquina chegavam pessoas.
Trazendo energias e surpresas boas.
Trazendo você de volta ao lar.

terça-feira, 8 de novembro de 2011


Já aprendi sobre o Lua, sobre a chuva e o calor.
E a diferença sublime entre amizade e amor.
Aprendi que o Sol castiga se exceder na exposição.
E que a pele fica ardida se não houver proteção.

Aprendi que as rugas chegam e que as lágrimas nos visitam.
Que a gratidão passa rápido e que as dores ensinam.
Que nunca estamos sozinhos.
E, mesmo sem acreditar.
Há anjos em nossos caminhos.
E a magia está no ar.

Só não aprendi a deixar,
E a caminhar sem crenças.
E que a força do Universo
Suaviza as diferenças.

Já aprendi que as crianças, são presentes do Astral.
E que toda dor vai embora com um olhar maternal.
Aprendi que a morte chega destruindo nossos planos.
Mas nos ensina a ser mais simples, mais humildes e mais humanos.

Aprendi a agradecer, tudo que tenho ao redor.
Por todas as noites escuras e pelas inúmeras alvoradas.
Aprendi a levantar e a me sentir maior.
Mesmo com o corpo doendo e com as pernas marcadas.

Só não aprendi a calar.
Para maquiar as dores.
Não aprendi a passar,
por cima dos meus valores.

Tenho fé e tradição.
Sou guiada pela emoção.
E sei que muita gente ama.
Essa minha alma cigana.

Aprendi que os papéis são levados pelo vento.
Que tudo de rico que temos é o que não se pode tirar.
A coragem, a certeza e até o sofrimento.
São lições especiais que a vida sempre nos dá.

Que não há lugar no mundo que nos traga mais segurança.
Em que tudo é proteção, alegria e calor.
Que o colo da nossa mãe, onde é permitido ser criança.
Já que somos o resultado de uma atitude de amor.

Só não aprendi a deixar.
Que me digam quem eu sou.
Ou que me façam acreditar.
Que sonhos não tem valor.

Porque carrego no peito, a força da natureza.
Carrego a mesma beleza,
Que minha mãe e minha avó.
E sei que ainda que as noites,
Tenham sido complicadas.
A minha vida é guiada.
E sei que nunca estou só.


sábado, 29 de outubro de 2011

Sobre o silêncio...

Existe um momento em que ficamos em silêncio, tentando calar as lembranças e esquecer as feridas. 
Mas não adianta , não é?
Os sussurros ganham espaço no vento e o que era para ser voz se transforma em lágrima.
Se é necessário chorar para limpar.
Que seja!
Mas que o mundo faça um pouco de barulho para que ninguém ouça os meus soluços.
Quero chorar minha dor na chuva e assim confundir minhas lágrimas com as gotas. Me sentiria menos frágil assim. Ainda que tenha me sentido dessa forma por muito tempo.
Quero que a noite possa acalentar meu sono.
Quero dormir.
E sonhar com a minha mãe.

domingo, 16 de outubro de 2011

Momento de desistir...

Existe um momento em que precisamos desistir de determinadas coisas. Um momento em que a situação se torna insustentável e que não há como "ganhar" mais nada se não retirarmos da nossa vida (mesmo que temporariamente) algumas coisas que atrapalham as mudanças necessárias para nosso desenvolvimento.
Às vezes essas coisas nada mais são que "pessoas" e, independente de possíveis laços sanguíneos,  precisam ser deixadas de lado para nos prepararmos para algo maior.
Particularmente tive esse momento com a minha mãe. Um doloroso momento em que precisamos desistir uma da outra para nos reencontrarmos mais amadurecidas. 
Vale ressaltar que desistir de uma pessoa nada tem a ver com retirá-la da sua vida para sempre, com maltratá-la ou parar de falar com ela e sim com se distanciar estrategicamente para dar espaço à sentimentos mais especiais.
Minha mãe não me aceitava de forma nenhuma, ela possuía planos e padrões específicos nos quais eu não conseguia me enquadrar. Ao invés de conversar com ela e dizer que pensava diferente, eu preferia gritar, brigar, bater a porta...
Demorei a entender que ninguém ouve uma pessoa que grita e isso aconteceu muitas vezes até que desistimos de gritar uma com a outra, de brigar uma com a outra e de acreditar uma na outra.
Quando percebi isso, sofri demais porque eu queria que ela me aceitasse como sou, queria que ela me respeitasse como sou, mas se eu mesma não respeitava o que ela pensava, como poderia exigir essa atitude dela?
Nós somos assim, queremos que as pessoas nos aceitem, nos respeitem, mas vivemos com padrões tão específicos quanto aqueles que nos tentam empurrar goela abaixo.
Anos se passaram desde que desistimos uma da outra. Nesse tempo, trabalhamos duramente para aprender a respeitar as diferenças e dar espaço para um sentimento nobre e verdadeiro.
Quando nós nem acreditávamos que fosse possível uma reaproximação, Deus fez o milagre acontecer e passamos os últimos anos, mais unidos que nunca. Tivemos momentos mágicos juntas, falamos tudo aquilo que era necessário falar e, quando precisei entrar no INCA e ficar com ela, não existia mais mágoa, apenas amor.
Foi o amor que nos fez desistir de brigar, que nos ensinou a respeitar os espaços e os pensamentos que tanto divergiam. Foi o amor que nos fez ir dormir chorando brigadas e nos conduziu até aquele abraço, uma semana antes da sua partida, quando ela me olhou com os olhos brilhando e disse que eu havia sido um lindo presente e que ter tido a oportunidade de conviver comigo e com meu irmão tinha feito dela uma pessoa muito melhor. Foi com o coração repleto de amor que a ouvi dizer que ela se orgulhava da filha repleta de valores que ela havia criado.
A última frase que ouvi da minha mãe foi: Eu te amo. 
Valeu a pena desistir das coisas pequenas, para ganhar a imensidão dos momentos especiais que Deus havia reservado para nós, mas para os quais não estávamos nada preparadas.
Se precisar desistir de alguém, faça.
Trabalhe seu coração, seus sentimentos e seus pensamentos.
O milagre sempre acontece, basta esperar.

sábado, 8 de outubro de 2011

Quando saio de mim...



Quando saio de mim eu sou fogo
Dou asas à imaginação.
Crio regras novas para o jogo,
Sou talento, aventura e emoção.

Quando saio de mim eu carrego
Alegrias, desejos e tormento.
E sonhando às vezes me pego.
Mesmo que dure um curto momento.

Quando saio de mim sou trovão.
Sou moleca, valente, atrevida.


Quando saio de mim, crio vida.
E só ouço o meu coração

Crio cores, paisagens, poemas.
Determino o meu mundo e meus temas.
Nova vida, alegria e ar.

Quando saio de mim agradeço.
Por ter muito mais do que mereço.
E por ter seu colo pra voltar.

domingo, 2 de outubro de 2011

Sobre as voltas do mundo...

Você se acha melhor do que as pessoas e nem faz muita questão de disfarçar isso. Acha que sempre vai ter alguém para defender você, não acredita muito que exista uma lei que carrega o nome de Retorno e continua tratando algumas pessoas como inferior, achando que nunca vai precisar delas até que você percebe que existem três dedos apontados para você, cada vez que aponta um para alguém e que não é tão infalível assim.
Você pode ter conquistado algumas coisas mas não é independente ainda. Nem será.
Ninguém consegue chegar no topo da montanha sozinho e acho que já está na hora de você parar de continuar achando que somente os experts em escalada podem segurar você, caso perca o equilíbrio, porque a ajuda vem de onde menos se espera e muitas vezes, de onde você ignorou por tanto tempo.
Olhe à sua volta e responda com um nome apenas, quem estará ao seu lado quando tudo faltar. Naqueles momentos em que a vida parece um deserto e a única voz que se ouve é a nossa e isso nada tem a ver com a falta de pessoas ao lado e sim com a superficialidade dos relacionamentos que você tem ao seu lado.
O que você construiu de verdade para você?
O que você tem de seu?
Quem é você?
Onde você achou que chegaria?
Compare com o lugar onde se encontra agora.
Pare de gritar, de brigar, de pedir atenção. 
Fique mais em silêncio. Ouça mais seus defeitos e os julgamentos que fez, sua vida toda, sobre as pessoas.
Alguma coisa fez você acreditar que estava no comando.
Mas você não passa de um barco perdido, sem motor e sem remos.
Quem comanda sua vida, não é você. É Deus.  
É ele quem convence outra pessoa a trazer um outro barco. 
Para ajudá-lo a vencer a correnteza.
E, por favor, aprenda.
Que enquanto você se movimenta para atingir uma outra pessoa e acha que já está tudo resolvido.
O mundo se movimenta para dizer à você que somos iguais e que você vai precisar de muitas pessoas ainda.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Eu agradeço.


Hoje recebi um e-mail de uma amiga muito querida que está se preparando para receber uma linda menina, que falava sobre uma lista de agradecimento. Resolvi, então fazer a minha lista também.

Eu agradeço...


Eu agradeço pelo ar que há em meus pulmões porque é o sopro de Deus na minha vida.
Agradeço por conseguir acordar todos os dias na minha cama quentinha e com meu amor ao lado.
Agradeço pela minha casa, meu castelo que me protege das intempéries do tempo e o lugar para o qual retorno todas as noites e me sinto acolhida.
Agradeço pelas roupas apertadas porque percebo que tenho muito mais para comer do que o básico necessário para a minha sobrevivência.
Agradeço por sentir calor e frio porque carrego meus sentidos em funcionamento perfeito. Posso ver a luz do Sol e contemplar a Lua, posso sentir o cheiro das rosas e do perfume das pessoas que amo, posso tocar no meu amor, nos meus sobrinhos, nos meus amigos, posso sentir todos os sabores e ouvir todos os sons.
Agradeço por ter que levantar cedo e ir para o trabalho. Pelo meu trabalho e pelas minhas pernas que me levam até ele. 
Agradeço por chorar às vezes, pois nesses momentos eu sempre recorro à Deus. E Ele me responde.
Agradeço pela minha voz, mesmo não cantando muito bem.
Agradeço pelas oportunidades que Deus me dá todos os dias de ser uma pessoa melhor, mesmo eu falhando tanto e cometendo tantas faltas. E pelas segundas chances que Ele fornece quando acontece isso. (e pelas terceiras chances, quartas, quintas....)
Agradeço pelo meu sorriso e pelo calor que sinto no meu coração cada vez que conquisto algo especial, porque sei que é resultado de um trabalho, da minha fé e um presente Dele, sempre.
Agradeço pelos meus problemas e pela minha vida e passaria exatamente por tudo novamente. Porque sei que Deus dá a prova de acordo com nosso preparo e Ele só me dá aquilo que eu posso suportar. Ainda assim me ajuda, enviando os espíritos de Luz e do bem.
Agradeço pelo meu amor. Pela pessoa maravilhosa que é, por estar comigo nos momentos bons e nos difíceis, por ser meu porto seguro, vibrar de alegria com minhas conquistas, me estender as mãos quando eu tropeço e por me carregar no colo quando me sinto fraca demais. E por olhar para mim e dizer que sou linda me fazendo sentir a pessoa mais maravilhosa do mundo, mesmo sendo tão repleta de defeitos.
Agradeço pelos meus amigos. Os do Espaço, que estão ao meu lado em todos os momentos e que me ajudam sem que eu sequer perceba que estão ali, vindo em meu socorro nos momentos de desespero e pelos amigos de alma que eu reencontrei na Terra, porque seus sorrisos são as luzes que iluminam a minha estrada e o fato de existirem para mim, faz tudo ficar mais fácil e mais suportável.
Agradeço por ter podido conviver com minha avó e minha mãe por tanto tempo e por tê-las como a base espiritual para a minha jornada. Pelo meus irmãos, sobrinhos. Pelo meu pai, que ultrapassou as barreiras sanguíneas e me recebeu como filha.
Agradeço por estar aqui. Exatamente aqui, onde estou agora, porque sei que é o melhor lugar que Deus poderia escolher para eu estar e também porque sei que é apenas mais uma etapa na escala evolutiva que eu preciso percorrer. 
Agradeço pela minha fé que nunca me abandona, ainda que às vezes, eu a sinta fraca e trêmula como a chama de uma vela tentando vencer o vento.
Agradeço por você que está lendo esse texto e espero que ao terminar, você também faça uma lista agradecendo pelo que tem. E que ao olhar os motivos perceba que há muito mais para celebrar na sua vida do que você imaginava.

sábado, 17 de setembro de 2011

Sobre a dificuldade e a proteção de Deus.




Os sábados ainda tem sido difíceis para mim e acredito que essa dificuldade durará ainda um bom tempo. Quando o Sol nasce e esse dia específico começa, me lembro dos últimos momentos com minha mãe e meu coração aperta.
Ando sensível demais, dando importância à coisas que passavam por mim sem serem percebidas.
Em meio a essa despedida surrealmente dolorosa, me vi tendo que fazer escolhas e tomar decisões. Escolhas como reagir todos os dias e decisões sobre ir morar no meu apartamento, por exemplo.
Nenhumas das duas ações citadas tem sido simples de realizar e me pego travando verdadeiras batalhas com o desânimo e desenterrando lembranças que não são muito confortáveis.
Cada pedaço daquele apartamento tem uma história. Começa com minha avó, ainda menina, saindo de Santa Catarina para tentar coisas melhores aqui no Rio de Janeiro e passa por uma série de outros momentos felizes e dolorosos. É uma história cercada de risos e lágrimas como todas as outras histórias de tantas outras pessoas.
Em meio a escolha de novas tintas na parede, piso diferente e móveis mais modernos, me senti perdida e sozinha. Não porque não tivesse alguém ao lado, porque tenho e tem sido mais do que especial, mas porque a minha base familiar não estava presente, pelo menos, não fisicamente.
E isso tem me custado noites de choro escondido e desejo de colos distantes.
Nesse exercício de olhar fotos antigas e relembrar momentos, me deparei com uma foto minha que me fez refletir. Eu devia ter uns seis anos, estava vestida de bailarina e tinha um sorriso tímido e frágil, tão diferente do sorriso forte e repleto de personalidade que eu trago agora. Olhei a minha transformação nesse tempo. Lembrei da menina que eu fui, dos momentos difíceis que eu enfrentei, das reações infantis que eu possuía e comparei com as decisões mais equilibradas e racionais que eu apresento hoje.
Foi impossível não constatar o milagre.
E a proteção que eu tive todos esse anos.
Foi nítido perceber que a mão de Deus esteve sobre mim em cada minuto.
Que Ele cuidou dos detalhes, me dando provas duras, purificando meus sentimentos, pensamentos e atitudes.
Ele me fez crescer, repleta de conquistas, pessoas especiais.
Nunca me faltou amor.
E conservei essa extraordinária capacidade de amar.
Hoje, sinto seus mensageiros de luz tão presentes em minha vida.
Que não há mais espaço para dúvidas e medo.
Eu tinha medo de perder minha mãe.
Não tenho medo de perder mais nada.
Porque Deus está aqui e me protege.
E a partir de agora, eu só tenho a ganhar.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sobre as asas quebradas.




Tenho vivido com a dor,
Perdi o ar angelical,

Já tenho outro olhar, e outra cor.
E sem cordão umbilical.

A separação definitiva.
Trouxe-me nova companhia
Oscilo entre serena e aflita.
Vivendo dia a dia.

E assim continuo o caminho,
Sem pressa, sem ansiedade.
Cercada de boas lembranças,
De imagens de infância e de muita saudade.

Sigo lentamente na estrada,
Refazendo sonhos, ganhando sentido.
Com lágrimas, de alma rasgada.
Eu olho a alvorada e faço um pedido

Que os anjos estejam comigo
Que um colo, um amigo
Não cheguem a faltar.

Que eu volte correndo pra casa
Que eu cure as asas
E volte a voar.

sábado, 27 de agosto de 2011

Sobre a morte e a dor do adeus.

Estava tudo indo relativamente bem. O casamento, o trabalho, os estudos e até mesmo a vida espiritual estava sendo organizada e tudo que eu precisava era esperar o fim do ano para colocar uma beca e tirar umas fotos com mamãe.
Até que...
Tudo mudou...
A formatura vai acontecer, mas sem beca e mamãe também não sairá mais nas fotos.
A vida é mudança, constante. Tudo muda o tempo inteiro, trazendo lições e levando embora as já aprendidas. No meio desse processo de se despedir das coisas e de receber tantas outras novas existe um momento denominado: DOR.
A dor, geralmente vem acompanhada de algo que foi retirado de nós, seja temporária ou definitivamente e precisa de tempo para ser administrada.
Meu momento de dor veio acompanhado da morte da minha linda mãe. A guerreira que eu tive o privilégio de ter conhecido, amado, brigado (normal, né?) e com a qual eu aprendi umas das lições mais preciosas da minha vida: O desapego.
Minha mãe possuía uma extraordinária capacidade de se desapegar das coisas e isso incluía uma dose concentrada de caridade. Ela dava tudo para todo mundo. Se alguém não tivesse dinheiro para fazer um bolinho para o filho no aniversário, bastava contar esse pequeno problema para ela e tudo automaticamente estava resolvido. E eu fui crescendo com um sem número de bolos de aniversários feitos com tanto carinho e zelo para muitas crianças, orfanatos, vizinhos, amigos... Ela dava roupas também e tudo o mais que estivesse vestindo. Bastava alguém elogiar e ela tirava do braço a pulseira, o anel, o relógio, a blusa, a bolsa. E ficava satisfeita da vida. 
É claro que ela exigia um pagamento por isso: Bastava dizer que o bolo tinha sido um sucesso (e repetir, Ah. Como ela adorava quando as pessoas repetiam os elogios), que ninguém nunca havia comido salgadinhos tão especiais e que o presente que acabara de receber era exatamente aquilo que a pessoa esperava há séculos. Os olhos dela brilhavam e ela falava nisso por horas.
Ela era briguenta também, adorava falar com os gerentes nos restaurantes, parava de falar com os vizinhos (e isso durava de cinco à dez minutos) e depois, lá ia ela com um pedacinho de bolo fazer as pazes. Ela tinha uma capacidade para fazer as pazes!
Era autêntica, cheia de personalidade, inteligente, viajada, espirituosa, cheia de amor pelos filhos, pela mãe, pelo marido, pelos irmãos de crença, pela vida.
Ela venceu o primeiro câncer como quem vence uma gripe. Era um acontecimento no INCA quando ela chegava com seus lenços coloridos e bordados ensinando receitas e fazendo amizades.
Ela fez muitos amigos. 
Era extremamente fácil gostar daquele jeitinho doido de ser que chegava e se fazia notar pela timbre alto da voz e pela vontade de ajudar as pessoas.
Brigamos muitas vezes. Porque eu demorei a entender que esse jeito dela era o que a tornava ainda mais especial e que não ia adiantar querer que fosse igual à minha vó.
E porque ela também demorou a entender que minha opção era por amor.
E de repente essa pessoa que enchia a casa passou mal e os sinais de que algo de grave estava acontecendo foram muitos. O sorriso aberto foi substituído por um amarelado, repleto de medo. 
Hoje, percebo que ela sabia o que estava acontecendo e já estava se despedindo.
Eu também sabia.
E também estava morrendo de medo.
E foi com esse medo que entrei no INCA com ela no colo no dia 14/08. Ele também me acompanhou nas cinco noites posteriores quando eu velei seu sono e fiquei atenta à sua respiração.
Não havia mais sorrisos, mais receitas, mas ela estava ali e era tudo que eu tinha.
E o medo foi indo embora noite após noite, diminuindo e dando espaço para uma dor que quase se tornou física.
Vê-la ir embora foi a pior cena de toda minha vida, ainda que eu soubesse que ela estava em paz e que não estava sentindo dor.
Eu estava.
Quase enlouqueci naquela manhã de sábado quando a vi passar coberta.
Quando precisei sepultá-la, na tarde do mesmo dia.
E hoje, quando precisei colocar suas roupas em sacos pretos para doação.
Pensei que seria menos difícil.
E que doeria menos, já que tivemos tempo para nos despedir e eu consegui falar tudo que eu precisava.
Pensei que eu conseguiria dizer adeus com mais facilidade.
Mas, de repente lembrei da mãe que ela foi, da pessoa que ela foi, da quantidade de amigos que estiveram lá para prestar uma última homenagem, da salva de palmas, da música...
E cheguei à conclusão de que seria impossível passar pela perda de uma pessoa tão extraordinária, facilmente.
Que seja difícil então, que seja enlouquecedor.
Mas que seja essa a dor que me fortalecerá para colocar em prática, as lições de caridade que ela me ensinou.
Obrigada, mãe!
Por ter sido meu anjo da guarda por tanto tempo!



domingo, 14 de agosto de 2011

Sobre as etapas.


Você tem um sonho, não é? Trocar de carro no fim do ano, comprar seu apartamento, fazer aquele curso naquela instituição super bem conceituada, conquistar alguém, ter um filho, escrever um livro, ser feliz...
Não importa qual seja o seu sonho, você sabe que é ele quem te move pelas estradas da vida e é o responsável por recarregar as baterias quando tudo parece perdido.
Um sonho pode aquecer o coração e fazer uma simples noite de sono se transformar na melhor noite já vivida.
Mas é claro que você já entendeu que um sonho não acontece assim, por acaso, e não é realizado da noite para o dia. Existe um espaço de tempo que separa o sonho da realização e, nesse espaço, estão as etapas que você precisa superar para ser merecedora dele.
E você percebe que para ter um carro novo precisa economizar em algumas coisas, que aquele curso especial requer algumas doses a mais de concentração e estudo, que para uma criança nascer é preciso passar pelos 9 meses de barriga crescendo e de medo dentro de você sobre a responsabilidade na formação do caráter de uma pessoa e ser feliz tem muito mais a ver com momentos especiais que você consegue aproveitar do que estar em estado de felicidade o tempo todo.
E você começa a agradecer pelas etapas vencidas com a mesma intensidade que teria ao agradecer pela graça alcançada. Passa a valorizar o total da poupança, mesmo que seja pequeno, a barriga que você jura que já dá para ver, a matrícula no curso e as noites de sábado em frente ao computador, um telefonema, uma voz especial...
E de repente agradecer vira um hábito para você, porque você reconhece o agir de Deus em todos os momentos, mesmo naqueles em que você julga ter perdido tudo e entende, também, que os sonhos Dele podem ser um pouco diferentes e é importante que você também esteja preparado para ajustar seu sonho à sua realidade.
Talvez você não possa comprar a Ferrari, o curso terá que ser feito em uma instituição similar, o bebê pode não ser uma menina como você sonhava, a pessoa está numa fase diferente da sua...
Diante disso, o que você faz?
Desiste?
Claro que não, não é?
Você simplesmente olha para trás, observa a quantidade de etapas que já venceu, sente seu coração aquecido e percebe que continuará agradecendo por tudo.
E você passa a entender que o milagre da realização acontece em todas as etapas e que você é vitorioso por tudo que conseguiu vencer (e deixar) para receber o seu presente.
Sabe que as lágrimas tem tudo a ver com sonhos porque elas lavam a sua alma e purificam suas lembranças. 
E percebe que realizar um sonho não é tão difícil assim porque consegue se olhar no espelho e constatar que para você estar aqui, alguém precisou sonhar primeiro. E venceu todas as etapas.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sobre o inverno e o frio.



O inverno é uma estação charmosa, onde retiramos os casacos do armário, enfeitamos o visual com cachecóis, tentando colorir os dias que se tornam cinzas.
Demoramos para acordar, para entrar no banho, para sair dele e colocar as roupas quentes e é claro que trocamos tudo isso por um abraço quente e um colo gostoso.
Inverno é tempo de tomar chás, de reunir os amigos (e o amor) para comer fondue. É tempo de filmes debaixo do edredon, de chuva caindo no meio da tarde com as gotas invadindo a janela e de movimentos encolhidos. O curioso é constatar que a chuva que cai e "atrapalha" a nossa volta para casa é a mesma que faz as sementes germinarem.
O inverno não acontece apenas nas estações climáticas que nos visitam no decorrer do ano. Acontecem na nossa alma, a cada ciclo que se abre.
Por quantos invernos você já passou?
Quantas vezes você já se encolheu do frio que sentiu no seu próprio coração, diferente do frio da noite que pode ser diminuído com chocolate quente. 
Quando nossa alma passa pelo inverno, ela precisa de colo e de carinho, de uma echarpe diferente, de mimos e meias quentinhas. Precisa de uma atenção especial, de um telefonema, de um abraço.
Precisa de cores e de lágrimas caindo como chuva para limpar o coração. 
Nosso inverno é tempo de entender os valores das pessoas que estão aqui, ao nosso lado, de sentir a dor daqueles que já se foram, de enfrentar os problemas, de curar as feridas que doem mais nas noites frias.
E de preparar o coração para momentos mais quentinhos quando a próxima estação chegar, trazendo as flores para perfumar a alma que passou pelo inverno e ficou mais forte. 

domingo, 31 de julho de 2011

Sobre nossa casa..




Então é assim?
Nós estamos bem com nossas vidas mais ou menos encaminhadas, o que algumas vezes não nos deixa lá muuuito satisfeitas, clamamos por mudanças significativas, até que nossos pedidos são atendidos e a felicidade chega.
É claro que ficamos desconfiadas. Porque já havíamos dado uns tropecinhos pelos caminhos da vida, mas ela era tão especial que ai de nós, se deixássemos escapar...
Nós terminamos coisas para começar de novo, saímos por aí com nossa felicidade à tira colo e a apresentamos para os amigos e para a família.
Fazemos planos, refazemos sonhos e entendemos que algumas coisas continuarão mudando e, até que  recebemos essas mudanças muito bem, porque a paz que sentimos é muito mais especial do que tudo aquilo que já nos fez chorar.
E tudo ia muito bem até que a vida (aquela que trouxe as mudanças, lembra?) nos exigiu algumas decisões também.
E todos nós aqui, achando que seria assim?
Que apenas receberíamos coisas?
E os problemas começam porque, tudo bem nós termos que mudar alguns hábitos, mas ninguém tinha falado sobre sair do lugar onde eu me sinto mais confortável e, portanto, protegida.
A vida é assim mesmo, está o tempo todo testando a nossa capacidade de se desapegar das coisas antigas (ok, ok, nem são tão antigas assim) para receber coisas novas.
E aí entramos num circuito complicado de mudar de amigos, de emprego, de sonhos e até de casa.
Opa! Ninguém nos contou que seria preciso, não é?
Pois é preciso trocar de casa sempre porque a casa somos nós. Dentro de cada um existe um quarto para os sonhos, uma cozinha onde são feitos planejamentos doces ao lado de pessoas queridas, uma sala para receber os amigos, um banheiro para deixar sair as lágrimas.
Existe também a possibilidade de se trocar tudo isso, sem perder a essência porque você sabe que pode emagrecer, engordar, trocar a cor do cabelo, o modelo das roupas. Mas a casa continuará a mesma. Você pode até ir para outra casa física e recomeçar mais uma vez, já que nossas vidas são regidas por ciclos. 
A única coisa que você não pode fazer, é acreditar que sua casa é aquela para a qual você vai quando sai do trabalho e onde, eventualmente, há alguém (ou não) te esperando.
Sua casa é você. É aquilo que ninguém pode tirar.
Portanto, certifique-se de que em meio as caixas que estão à sua volta, exista uma com o título "EU" escrito em Pilot vermelho. 
Tenha cuidado ao carregar essa caixa porque independente de onde precisemos ir é imprescindível que nosso "EU" chegue inteiro lá.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Para minha linda avó!

Quando falo em voltar no tempo, não penso em cometer menos erros e andar por caminhos mais sérios, porque as estradas trilhadas por mim foram exatamente aquelas que me levariam onde estou agora.
Não penso em ser mais madura, vivida ou vitoriosa, porque a vitória pertence aos pequenos momentos, milagres que Deus nos concede para exercitarmos a gratidão.
Não queria ter encontrado mais ou menos pessoas porque os encontros até esse momento, foram aqueles que eu havia marcado em uma outra esfera para suavizar diferenças e saldar dívidas.
Não queria estar mais rica e poderosa porque poder tem muito mais a ver com o que sou internamente do que com o dinheiro que possuo e riqueza com estado de espírito.
Falo em votar no tempo para dar mais um abraço.
Não queria tão somente voltar, seria importante fazer o relógio parar para que eu pudesse olhar todos os detalhes lindos que existiam no rosto da minha avó, meu verdadeiro anjo da guarda e minha maior mestra.
E nesse momento em que o tempo fizesse a mágica de nos unir mais uma vez, que todas as palavras pudessem ser suficientes para descrever o amor e a gratidão pela linda oportunidade de percorrer o mesmo caminho que ela.
Porque a separação é temporária e em algum momento, do tempo e do espaço...
Eu sei que caberá o meu refúgio, o seu abraço!

sábado, 23 de julho de 2011

Sobre chorar...

Sou uma pessoa que acredita em algumas coisas que estão em extinção e que ainda se assusta com a traição e a falsidade.
Falo de amor e acredito em um mundo melhor, onde os sonhos movem as pessoas com a magia que cerca a vida e os caminhos.
Entendo que é preciso ser político, às vezes, mas um rosto com duas faces consegue me embrulhar o estômago e me fazer refletir.
Carrego uma fé inabalável que já me acompanhou em momentos complicados e tenho o privilégio ao olhar para o lado e encontrar um amor e uns amigos.
Tenho família.
Tenho base e raízes que pertencem a uma Terra distante daqui, para a qual eu me transporto quando me sinto triste e perdida.
Muitas vezes não queria vestir a máscara de forte que engulo todos os dias junto com o café da manhã e usar minha sinceridade sem impactar as pessoas.
Eu adoraria encontrar o equilíbrio entre essa sinceridade e a delicadeza, ser menos transparente e mais calada.
Andar descalça mais vezes.
Olha a Lua.
Queria voltar a ser criança só para poder encontrar a minha família mais numerosa, diferente da casa quase vazia que eu encontro ao visitar minha mãe.
E ter menos medo de perdê-la.
Me sentir menos impotente no seu tratamento e saber pedir um abraço sem me sentir fraca.
Queria poder gritar que as coisas não tem sido fáceis, que sou apenas humana e que estou toda doendo sim, sem causar um alvoroço entre as pessoas que se acostumaram a me ver sorrir e sem permitir que meu mundo se torne desabitado porque meus amigos não conseguem me ver sofrer e acabam sofrendo mais que eu.
Correr por um caminho de braços abertos com a certeza de que minha avó estaria no final dele.
E admitir que ainda não consegui lidar com sua falta.
Porque olho em volta e agradeço à Deus por tudo.
Por estar aqui, por ter quem eu tenho e o que eu tenho.
Pelos valores em mim. Pela lealdade com os ensinamentos que foram passados.
Agradeço essa Luz que me protege e me faz ser vitoriosa em tantos momentos.
Por entender que ser humana e me sentir frágil nada tem a ver com ser fraca completamente.
Então... Por favor.
Fique em silêncio, mas fique aqui.
Deixe-me ser apenas humana.
E nesse meu momento mais que humano, nessa minha fragilidade, eu consiga deixar sair de mim essa dor.
Sou 99% feito de matéria que facilmente se decompõe quando o espírito se separa do corpo no momento final.
Permita que nesse meu humano momento.
Eu possa simplesmente chorar.


sábado, 16 de julho de 2011

Sobre esperar...




É assim mesmo. 
Você já estava certo de que dominava tudo à sua volta e de que estava preparado para todos os desafios e isso incluía seus projetos e planos.
Você colocou tudo no papel, descreveu com detalhes os riscos e as oportunidades e sabia que haveria algum imprevisto, mas em nenhum momento, desse planejamento estratégico dos seus sonhos, você imaginou ter que recomeçar do zero e provar mais de uma vez sua competência e sua capacidade.
É claro que já ouviu algumas besteiras e que alguns não acreditaram muito em você, mas em nenhum momento isso mudou o curso da sua vida. 
Já caiu, se levantou e aprendeu a sorrir em momentos delicados porque entendeu que o rosto não precisa mostrar o que o coração está, efetivamente, sentindo.
E percebeu que essa atitude, de sorrir com os "nãos" da vida, trouxe muito mais vitórias do que poderia imaginar.
E atraiu pessoas especiais.
Você já desejou sumir do mapa e não ter mais que abrir o seu coração, por tê-lo entregue a alguém que não deu lá muito valor, ou que simplesmente brincou com os seus sentimentos. 
E se surpreendeu por ser capaz de amar mais do que antes e de ser ainda mais feliz do que imaginaria ser.
Você já foi dormir chorando, com o travesseiros abafando os soluços, e sentiu uma dor interna tão grande que se tornou física em alguns momentos, para depois dar gargalhadas e agradecer pela magia da vida.
Já pensou em desistir, em parar onde estava porque não acreditava mais que poderia dar mais um passo e depois se admirou com a distância percorrida do caminho.
Já sentiu as pernas fracas.
Já conseguiu voar.
E se sentiu fraco de novo.
Você já tirou pessoas da sua vida por ser julgar superior aos outros e depois sentiu falta de tantas pessoas que sentiu até o mundo desabitado.
Você já precisou dizer adeus e isso não foi o melhor momento da sua vida.
E já celebrou a chegada de alguém.
Já vibrou com as conquistas.
Desejou se esconder quando perdeu.
E aprendeu com as perdas.
Já saiu de si mesmo, já perdeu a razão, já se arrependeu e precisou pedir desculpas.
Já sofreu por não conseguir desculpar alguém.
Você já se sentiu melhor que os outros.
E pior também.
Já sentiu orgulho e vergonha.
Já olhou para cima e sentiu a falta de Deus.
Já sentiu a presença dele com uma força tão grande que o tornou invencível em alguns momentos.
Porque percebeu que é um milagre Dele e que a força que carrega pode tornar os sonhos realidade. 
Sabe que o caminho pode ser longo, mas totalmente possível.
E que os encontros são necessários, ainda que nem todos sejam agradáveis.
Sabe que o seu tempo é diferente do tempo da vida e que em alguns momentos você só precisa sentar e esperar.
E que existe uma luz em você que se torna mais intensa a cada mudança.
Que ninguém pode tirá-la de você.
E que em algum momento o brilho dela alcançará dimensões inimagináveis.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Até Aqui.




Pergunte à Lua quem eu sou.
Ela saberá dizer.
Ela conhece os meus sonhos,
E sabe me descrever.

Pergunte quais são os meus desejos,
Que beijos eu vivo a esperar.
Ela acompanha os meus passos,
Quando eu caminho para o mar.

Pergunte à Lua, se um dia.
Eu já pensei em desistir,
Ela dirá, com certeza, 
O que passei até aqui.

Até aqui tive dores,
Troquei de sonhos e amores.
Troquei de casas e camas.
Tropecei, lutei, caí.

Até aqui, eu chorei,
Muito menos que sorri.

Pergunte à Lua,
Ela ensina,
Como o jeito de menina
Pôde, assim, permanecer?

Do que é feito o meu chão?
O que eu acho da chuva?
Onde busquei ajuda?
Para chegar até aqui.

Até aqui tive encontros.
Passei por separações.
Tive que dizer Adeus.
Enfrentei decepções.

Passei por noites escuras.
Por pontes envelhecidas.
Cansei em muitas subidas.
Mas conheci algumas ruas.

Pergunte de onde vem.
Essa força, essa alegria.
Como aproveito meus dias.
De onde eu tiro coragem!

Quem sabe assim me conheça.
E até, então, se convença.
Que sou menor que os meus sonhos.
E maior do que você pensa.

Que o dia de hoje, meu aniversário, seja mágico!

sábado, 2 de julho de 2011

Sobre a noite escura...




Você abre os olhos, sente a brisa fresca que vem da janela e percebe a claridade do dia que amanheceu.
Um novo dia, uma nova oportunidade de realizar uma série de coisas que ainda estão no papel!
Mas não adianta não é? A dor ainda está ali e já deu todos os sinais possíveis de que não vai passar, pelo menos não na rapidez que você gostaria.
Dores são assim, precisam de tempo para suavizar, precisam ser sentidas em sua plenitude para que um dia, sejam apenas lembranças e, de preferência, positivas.
Nossos caminhos são repletos dessas noites escuras. Noites de silêncio, de pensamentos confusos, de decisões que precisam ser tomadas, de saudade que aperta o peito. Noites de vontade de voltar no tempo e fazer coisas diferentes, de monstros imaginários que moram dentro de armários ou debaixo da cama. De barulhos que ouvimos em todos os cantos da casa.
Onde estão os seus fantasmas?
Onde você os guardou?
Em que lugar você sabe que eles estarão mais perto e, exatamente por isso, você se sente mais vulnerável?
Os fantasmas pertencem às noites porque, nelas seus ouvidos não estão sendo massacrados pelos sons diários e você só consegue ouvir... Você mesmo.
E começa a se lembrar de um monte de coisas que haviam sido guardadas no armário e debaixo da cama.
Percebe que não precisa mais ser forte.
Que pode admitir que está com medo.
E simplesmente chorar.
E, enquanto chora, sente que algumas lembranças vão saindo de você, para sempre.
Entende que a dor nem é tão forte assim.
Que estar frágil em alguns momentos faz parte do show da vida.
Que os dias, por mais tímidos que possam nascer, trazem realmente uma nova oportunidade de fazer diferente.
Que os barulhos que o acompanharam à noite, já foram embora.
E que você já pode sair da cama, olhar embaixo, abrir os armários, sorrir e constatar.
Que os barulhos vinham, na verdade, de dentro de você.
Que o silêncio da noite escura te ensinou a ouvir sua própria voz.
Que as lágrimas que você derramou, suavizaram a sua dor.
Que a sua fé pode ultrapassar a noite.
E que fantasmas não existem.