É mais fácil ser igual. É simples. Mas quando se decide seguir o coração, ainda que o caminho apresente obstáculos, tudo passa a fazer sentido!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sobre a porta.


Em Montevidéu existe uma imensa porta na Plaza Independencia que se chama Puerta da ciudad veja e separa a parte velha da cidade com a mais nova e urbanizada. Passar por ela é engraçado porque a impressão que se tem é que estamos em dois países diferentes. O curioso é que essa porta não existe apenas no Uruguai, inúmeras cidades no mundo inteiro possuem um lugar desses de "transição" e acabei percebendo quão belo exemplo ela ilustraria ao falar sobre os momentos em que precisamos passar por algumas portas e encontrar uma nova paisagem.
Nem sempre é fácil abandonar a paisagem antiga. Apesar de velha, ela é extremamente familiar. Já conhecemos e dominamos suas ruas, sabemos exatamente onde moram todos os vizinhos e mesmo que a casa não esteja lá muuuito confortável ou se pareça com o sonho que guardamos em nossa mente, ela ainda é o nosso porto seguro.
Como somos inseguros não é?
Não queremos "perder" nada.
E essa cultura de precisar abrir mão de algo para galgar novas conquistas nos deixa com aquela sensação de coração apertado e acabamos, muitas vezes, acreditando que nem é preciso fazer mudança nenhuma e de que se acostumar com a paisagem que se tem é muito melhor do que tentar futuros incertos.
E começamos a acumular uma série de coisas desnecessárias.
Acumulamos incertezas, medos, negatividade. Acumulamos amizades erradas, pensamentos viciosos que se transformam em palavras ditas em horas erradas. Acumulamos mágoas das pessoas, do passado (Oi!! O passado é PASSADO, ok?), da vida.
Tudo isso por falta de coragem de levantar e seguir adiante pela porta que trará uma série de coisas diferentes.
O mais interessante, entretanto, é reconhecer que a paisagem nova depende exatamente daquilo que você enxerga dentro de você mesmo. Porque as cores que vemos, são aquelas que moram em nossas mentes e corações.
Não é a porta que é mágica, ela apenas nos permite enxergar um comportamento repleto de enfermidade e ainda nos ajuda a curá-lo. Ela funciona como simbolismo, nada além disso.
Passamos por portas todos os dias. Umas menores que as outras, mas todas com essa aura mística de transformar antigos padrões em novas oportunidades. O esforço, quase imperceptível, vem daquela vontade de fazer tudo ser diferente e bonito. E de utilizar cores diferentes para enfeitar o caminho.
Você só precisa passar por ela. Simples não?
Não precisa lutar por nada, não precisa sofrer, não precisa perder, não precisa chegar no limite de nada... apenas passar pela porta. Mas quando fizer isso, faça de olhos fechados. Abra-os quando estiver do outro lado, mas só depois de sentir a brisa nova no rosto e de respirar fundo. É possível que a paisagem não mude tannto assim. Mas é inadmissível que você chegue da mesma forma do outro lado.

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