É mais fácil ser igual. É simples. Mas quando se decide seguir o coração, ainda que o caminho apresente obstáculos, tudo passa a fazer sentido!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Já passamos da fase de ter medo de trovão e de segurar forte em outras mãos cada vez que precisávamos tomar injeção. Foi-se o tempo em que esperávamos o Natal com o coração repleto de ansiedade e medo do Papai Noel não trazer o presente que nossos pais teimavam em dizer que era uma recompensa por um ano inteiro sem malcriação e com quartos arrumados.
Não queremos mais ter todos os brinquedos que aparecem no comercial da televisão, mas existem outras coisas que permeiam nossos sonhos da mesma forma e com a mesma intensidade.
Não somos mais crianças.
Que pena!
Era tão mais bonito ver a vida com aquela paisagem colorida e com os passarinhos e as flores permeando todo o cenário, todos os dias.
Era tão mais mágico desenhar sorvetes e casas com chaminés, nuvens fofas e árvores e levar esse desenho para casa só para provar que estávamos indo bem na escola.
Aprendemos a crescer depressa, num tempo acelerado e, ao invés de guardar os brinquedos, simplesmente esquecemos deles, e da alegria de brincar com eles e dos olhos brilhando com nossa nova conquista.
Temos uma postura mais séria, um rosto com mais maquiagem, uma agenda de compromissos e pouco tempo para ligar para os amigos, para observar as flores e almoçar com a mãe. Temos que contar calorias e comer salada e deixar o sorvete pra depois. É, os doces viraram inimigos...
Não sabemos mais andar descalços, tomar banho de chuva, ver desenho, brincar...
Não sabemos mais dar gargalhadas altas, sujar a roupa, colocar cores diferentes, desviar dos padrões.
Agora, é proibido chorar, ter medo, querer ficar no mesmo lugar mais tempo do que o habitual e ter sonhos diferentes e que não precisem trazer nenhum retorno imediato, a não ser a felicidade de conquistá-lo.
No fundo, queremos olhar para os lados, constatar que não há ninguém olhando em nossa direção e se lambuzar de calda de chocolate, dormir abraçado ao bichinho de pelúcia e saber que o monstro do armário não existe (mesmo), mas voltar a pensar e sentir como criança faz todo o sentido do mundo muitas vezes.

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